12 de agosto de 2011

Admiravél Mundo Novo




Admiravél Mundo Novo
Autor: Aldous Huxley
Número de Páginas: 398
Editora Globo
Onde Comprar: SaraivaSubmarino
Sinopse: Ano 634 df (depois de Ford). O Estado científico totalitário zela por todos. Nascidos de proveta, os seres humanos (precondicionados) têm comportamentos (preestabelecidos) e ocupam lugares (predeterminados) na sociedade: os alfa no topo da pirâmide, os ípsilons na base. A droga soma é universalmente distribuída em doses convenientes para os usuários. Família, monogamia, privacidade e pensamento criativo constituem crime. 

Os conceitos de "pai" e "mãe" são meramente históricos. Relacionamentos emocionais intensos ou prolongados são proibidos e considerados anormais. A promiscuidade é moralmente obrigatória e a higiene, um valor supremo. Não existe paixão nem religião. Mas Bernard Marx tem uma infelicidade doentia: acalentando um desejo não natural por solidão, não vendo mais graça nos prazeres infinitos da promiscuidade compulsória, Bernard quer se libertar. Uma visita a um dos poucos remanescentes da Reserva Selvagem, onde a vida antiga, imperfeita, subsiste, pode ser um caminho para curá-lo. Extraordinariamente profético, "Admirável Mundo Novo" é um dos livros mais influentes do século 20.


Minha Opinião: Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. O livro é bom. E dele direi apenas isso. O assunto que me faz escrever, no entanto, é a diversidade de questões que a obra levanta a medida que avançamos na leitura. Temos descrita uma sociedade estabilizada, em que homens e mulheres são concebidos em série e para um determinado fim. O que para mim pareceu assustador é que não estamos tão longe disso. 


Há algum tempo, as humanidades foram tendo cada vez menos espaço nos currículos escolares. O que isso significa? Que a música, a literatura, a arte de maneira geral teve que ceder espaço para disciplinas que visam formar profissionais qualificados para determinados tipos de mão-de-obra. Resumo da ópera? Um estudante de medicina, por exemplo, não precisa mais ler a Ilíada ou Shakespeare, ou Machado de Assis (para isso os cursinhos imprimem resumos e mais resumos), não precisa mais descobrir suas aptidões artísticas, que desenvolveriam um lado mais humano, não precisam apreciar um Picasso, nem se encantar com os poemas de Neruda, nem ouvir uma sinfonia de Beethoven. 


Um estudante de medicina precisa unicamente cortar, costurar e receitar. Não estou desmerecendo o trabalho dos médicos, longe de mim, que respeito todas as profissões. O que quero dizer é que caminhamos rumo a uma sociedade tão cruel em que perder um ano da vida por não ter passado no vestibular parece algo sacrílego, quando na verdade pode ser saudável. Não existe uma idade pra se ingressar em uma profissão, mas o tempo todo somos cobrados e pressionados a passar o quanto antes em um vestibular, em cursar uma faculdade no menor tempo possível, e a pegar o diploma e morrer trabalhando, se a aposentadoria não chegar antes. Estamos sendo criados, como os personagens do livro, para desempenhar um papel puramente político e econômico na sociedade, e ponto final.


 Carpe diem? Ora, vivemos em um mundo em que aproveitar o dia é ter trabalhado e conseguido cumprir as metas pra poder comprar aquele televisor, e mais aquela roupa, e mais aquele telefone novo. Shakespeare já não está cabendo no nosso mundo. Machado tem se tornado uma voz distante no tempo. Viver é estar formado aos vinte e poucos anos, desempenhando a função que nos foi delegada. E de preferência nunca estar sozinho, pois a solidão nos faz descobrir quem realmente somos. Não pensemos em nada, não pensemos na vida, nem na morte, nem na arte, nem façamos grandes questionamentos... Aceitemos tudo e façamos parte desse mundo, desse admirável mundo novo.
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